Desenvolvimento
Embora seja um
tema bastante discutido, o tema ‘inovação’ ainda é uma palavra sem definição
formal que atinja a complexidade do significado que ela exige. MALDONATO
& DELL’ORCO dizem que esse fato gera o insucesso das diversas tentativas
de “traçar os perfis teóricos e empíricos desta questão (2010). E é por
tantas definições distintas e incompletas que os autores sugerem que ao invés
de tentar definir o que é inovação, nós tentemos “investigar a própria
natureza desse fenômeno.”
De acordo com
MALDONATO & DELL’ORCO (2010):
“A inovação é uma
capacidade de a mente inferir significados inusitados a partir de informações
aparentemente banais; produzir respostas divergentes e criativas; olhar a
realidade convencional com uma óptica insólita; gerar em suma hipóteses,
cenários e soluções diferentes de maneira quase que casual, mesmo fora de uma
lógica estruturada”
Ainda de
acordo com os autores, para sermos pessoas inovadoras, precisamos ir contra
opiniões correntes e trabalhar de forma silenciosa para fundamentar e expor
nossas ideias.
E o fato do
mundo já ter suas regras pré-estabelecidas, dificulta o estímulo a inovação.
Fica evidente na fala de MALDONATO & DELL’ORCO: “Aliás, para que ser
criativo se depois as inovações dificilmente serão aceitas, já que o sistema protege
e perpetua que já existe?”
Aí nos
perguntamos, qual é o ambiente mais propício para formamos opiniões e
desenvolver nossas habilidades? Deveria ser na escola. Porém, KEN ROBINSON
diz em sua palestra, que “todo o alicerce da educação está ruindo sob nossos
pés.” E de fato, quando voltamos à atenção para como é o sistema educacional mundial,
percebemos os padrões errôneos existentes. Sem falar que esse ‘padrão’ foi
criado em outra era, onde as necessidades da sociedade eram outras.
Ele ressalta
também que, nosso sistema está ancorado no conceito de habilidade acadêmica;
todos nasceram para suprir as necessidades do industrialismo, ou seja,
percebemos a cada dia que a escola enquanto instituição visa formar
indivíduos de acordo somente com os interesses da sociedade e que mesmo sem
saber como irá ser o futuro, nos agarramos a esta ideia: formar professores,
engenheiros, médicos, etc.
Von Foester (apud
MALDONATO & DELL’ORCO, 2010) sugere:
[...] já que nosso
sistema educacional é concebido para gerar cidadãos previsíveis, ele objetiva
amputar aqueles indesejados estados internos que geram previsibilidade e
novidade. Isto é demonstrado de modo incontestável por nosso método de
verificação, o exame, durante o qual só se fazem perguntas das quais já conhecemos
(ou já está definida) a resposta, que o estudante deve decorar. Não seria
fascinante pensar em um sistema educacional voltado a desbanalização dos
estudantes, ensinando-lhes ‘perguntas legítimas’, perguntas cuja resposta não
se conhece?
KEN ROBINSON
defende a valorização do dom de cada um, principalmente enquanto criança,
pois, quando somos crianças não temos medo de errar, de chutar, de arriscar e
para o palestrante, se não estivermos preparados ao erro, fatalmente nunca
teremos uma ideia original. Essa opinião fica clara quando ele conta a
história das crianças no teatro, quando o terceiro menino esquece o texto e
chuta: ‘Frank mandou isso aqui’. É espetacular a forma como a criança assume
erros, e a escola e as pessoas de forma geral arrancam isso.
Com isso,
podemos perceber a carência na inovação que MALDONATO& DELL’ORCO tratam,
principalmente quando dizem: “[...] sem a energia vital da inovação o caminho
rumo ao declínio esta escancarado.”
Essa definição
nos remete a fala de KEN ROBINSON em sua palestra, quando ele ressalta que:
“Criatividade é um
processo de ter ideias originais que possuam valor e com bastante freqüência
manifesta-se através da interação de diferentes formas disciplinares de ver
as coisas.”
A inovação
depende da criatividade, precisamos deixar nossas atuais crianças e futuros
jovens livres, valorizar o que cada um gosta e entender que cada indivíduo
necessita de coisas diferentes.
E quando se
trata do papel do professor MALDONATO & DELL’ORCO dizem que:
“[...] o professor tem
de considerar que a informação não é instrutiva se não acontecer com um
acoplamento estrutural entre dois sistemas cognitivos: do professor e do
estudante. A estrada principal é viver na surpresa do desconhecido.”
Podemos perceber quão grande é a importância do professor nesse processo.
Devemos estar atentos as particularidades de cada indivíduo, precisamos mudar
nossos conceitos sobre inteligência, pois não é porque que um aluno não é bom
em matemática que ele não é bom em tudo; temos que visar desenvolver o que
cada um trás consigo.
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